O que é o Amor?

por Mauricio Bastos

O tema relacionado ao amor tem sido alvo de muitos debates durante milênios, porém, questões básicas continuam atormentando a nossa vida diária.

Será que sabemos amar? O que é o amor?

A complexidade dos relacionamentos humanos é um campo tão vasto que sempre será motivo de estudo e pesquisas, pois a partir de cada olhar único, poderemos compreender diversos aspectos relacionados ao Amor. E é com grande prazer que compartilharemos alguns elementos que consideramos importantes para a construção deste tema.

Do nascimento até aproximadamente dois anos de idade “somos puro amor”, nossa essência é totalmente amorosa e inocente. O que importa para nós nesta fase é o “aqui e agora”, o toque “amoroso” de nossos pais, o alimento que nos é dado e o mundo novo que se apresenta. A curiosidade e o desejo de conhecer o novo são imensos.

Se voltarmos a nossa percepção em direção ao passado, notamos que nossos pais tiveram as melhores intenções em relação a nós, porém de que maneira eles receberam amor de seus pais? Será que eles aprenderam a amar?

Quando saímos da barriga da mamãe, temos duas emoções básicas que irão reger nossas vidas até seu término: o medo e o amor. O medo do desconhecido (mundo novo, tudo diferente), o medo da mudança (para onde vou, estava tão quentinho e seguro na barriga), o medo da dor (estão me machucando, estão me cutucando), o medo de ser abandonado e morrer (para onde estão me levando, eu quero ficar ao lado da mamãe), entre outros. Por sua vez, na outra polaridade, temos o sentimento do amor. O toque da mamãe, seu colo quentinho, o leite nutritivo, a presença e a segurança física do papai, o contato fraternal com os irmãozinhos, a sabedoria e experiência dos vovôs. Tudo isto, remete a primeira recepção nesta vida. Deste modo, a forma como fomos gerados e recebidos irá determinar muitos caminhos em nosso destino.

Conhecemos através de estudos da psicologia infantil, que o processo de aprendizagem até os sete anos acontece basicamente por “imitação”. O agir, o pensar e o sentir de nossos pais são “imitados” por nós e conseqüentemente captamos este “formato” carregado de crenças pessoais que vão sendo passadas de pai para filho sejam elas quais forem, façam bem ou mal. A criança desde sua fase intra-uterina, começa a perceber o mundo à sua volta. Desenvolve uma “antena” sintonizada principalmente com esta primeira matriz formadora que são seus pais, e paralelamente com tudo e todos que se relacionam com este núcleo inicial. Sua percepção funciona como um canal que recebe estímulos diversos, mas não tem defesas nem consciência para conhecer o que e a prejudica e o que a ajuda. Tudo é recebido de forma muito intensa.

Nossa sociedade está impregnada de vícios mentais e emocionais e conseqüentemente nossos pais foram infectados também. Os papéis sociais, as representações, a hipocrisia, as mentiras e o jogo de poder começam a ser percebidos pela criança, e é claro, por trás de tudo isto está novamente o medo. Assim a criança começa a descobrir que para ser aceita pelo outro, ela terá que entrar no jogo também, ou seja, ser aquilo que ela não é!!!!!

Surgem então, os papéis/máscaras que a criança vai utilizando para agradar e ser amada (formação do ego – a primeira identidade). Muitos “filmes” e personagens ilusórios são criados nesta fase e as famosas “crenças limitantes” são desenvolvidas e tornam-se uma sentença eterna se não forem “trabalhadas” ao longo da vida.

Para a construção de um adulto equilibrado torna-se necessário a revisão dos valores adquiridos no passado. Se não o fazemos, ficamos presos à roda de sofrimento, pois muito dos comportamentos e crenças ficaram obsoletos e não são mais hábeis para atingirmos as nossas metas de um ser adulto. Neste momento começa o verdadeiro caminho da individualidade, que não é de maneira alguma sinônimo de egoísmo, e sim do desenvolvimento do amor por si e da realização dos potenciais de vida.

A palavra coração desmembrada cor/ação- significa cor- coragem, ação- agir, ou seja, “coragem de agir”. O amor é uma dádiva conquistada quando o Ser tem a intenção real de se conhecer profundamente, de se aceitar como é, de se permitir viver o novo!!

Quando assumimos realmente que não sabemos amar, mas que temos a intenção verdadeira de, a cada momento, regar a plantinha do amor em nossas vidas, aos poucos, esta planta começa a enraizar e torna-se uma árvore frondosa, forte e resistente, capaz de gerar frutos belos e saudáveis. Passamos então a vivenciar o amor como a verdadeira força curadora do planeta.

Você aceita descobrir a sua Arte de Amar e Ser Amado?

Este post tem 0 comentários

  1. espacointegracao

    Só o encontra quem o encontrou em sí mesmo…
    Amar é uma constante descoberta…

  2. Angela

    Sim, também sinto que é isto mesmo. Grande abraço, Angela.

  3. espacointegracao

    Este texto foi uma dos mais belos que já li sobre tão lindo e tão maravilhoso sentimento que é o amor..
    parabéns

  4. Angela Agua

    Lindo texto! Os padrões de certo/errado, conveniente ou não e o medo de não agradar, de não pertencer roubam a expontaniedade. A coragem fica sufocada no coração que precisa de movimento, de prana, da energia vital que emana amor!

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