Desde a saída do útero materno, lidamos com inúmeras transformações, devido ao contínuo contato com o “o novo” e à consequente falta de controle. Estas situações desconhecidas e diferentes tendem a nos levar ao nosso maior inimigo interno: o Medo.
São inúmeros os medos: do desconhecido, da mudança, do fracasso, da perda, da solidão, da escassez, da dor, da inadequação, da crítica, do julgamento, da não compreensão, da ausência de controle, da rejeição, do vazio, do prazer, do amor, do sucesso, da plenitude, da morte.
Você certamente já passou por alguns destes sentimentos acima ou, provavelmente, ainda passa e sim, tudo bem, pois o medo faz parte dos ciclos da vida.
Nascemos com medo e a maioria de nós também morrerá com medo.
O que te faz transcender o medo?
Provavelmente sair da passividade, do conformismo, da crença limitante, da resignação, ou seja, ir para a ação (momento presente), enfrentando e encarando os desafios.
- Conectar-se à Presença e ao Amor.
- Medo é ausência, é estar na Mente que mente.
- Amor é presença, é estar na Mente que transcende.
- A coragem é o medo em movimento.
- Você quer evoluir?
- Descubra os seus medos e enfrente-os.
- Onde está o seu medo, está o seu caminho de evolução!
Medo, o maior sabotador de nossas vidas
Encarar o medo é perceber e acolher os nossos problemas e as resistências com uma maior clareza e atenção amorosa. Quem se sustenta decididamente no “agora” e amplia a sua consciência de compaixão, gratidão e verdade, dificilmente vive com medos recorrentes.
Lidar com o medo é uma prática profunda de autoconhecimento para distinguir o verdadeiro do falso, o real do fantasioso. Na verdade, podemos definir o medo como uma distorção da percepção da realidade, que se traduz em pensamentos, sensações, projeções, fantasias, oriundas de uma mente distorcida daquilo que é…
É claro que existem situações que aparecem no dia a dia, e que nos despertam para um medo real e nos protegem de inúmeros infortúnios. Circunstâncias iminentes do “agora” que estão para acontecer. Situações ligadas à violência, a acidentes, às forças da natureza, etc. Este medo é uma reação saudável de proteção e cuidado.
Porém, a grande maioria dos medos, são invenções sofridas de nossa mente agitada e reativa, proveniente de situações do passado e que se tornam recorrentes no presente, devido a uma identificação e apego a um estado mental estagnado (crença limitante) e que tende sempre a se perpetuar.
O medo encontra um território mais fértil naqueles que têm um coração sem amor e gratidão e uma mente viciada e recorrente às histórias e memórias do passado. O grande problema de um medo recorrente é quanto ele nos paralisa, nos congela e traz a passividade e inatividade.
Muitos de nós não vivemos nossos sonhos, porque estamos vivendo nossos medos
Les Brown
A melhor maneira de lidar com esse sentimento é através da plena atenção ao momento presente com uma observação desapegada, sem julgamentos e expectativas. Uma mente mais funcional, tranquila e serena para conectar com aquilo que é a realidade.
Como lidar com o medo?
O medo da dor/ desconforto/ perda surge da rejeição às sensações desagradáveis e difíceis, ligadas, principalmente, ao universo emocional e à perda do controle da situação. Quanto este medo se intensifica, nós perdemos a conexão com a realidade e as vontades essenciais.
O medo do perder, tira a vontade do ganhar
Mussum
Podemos dizer que a “essência” fundamental do medo é a aversão ou o apego que experimentamos em relação ao desconforto. Quanto mais nutrimos estes estados mentais, maior será o sofrimento adquirido. O desenvolvimento da Consciência, nos permite perceber que a dor e o desconforto são inevitáveis, porém, o sofrimento é opcional.
Assumimos de maneira preconceituosa que a dor nos prejudicará, mas esse não é necessariamente o caso. Para lidar com o medo, você também precisa saber acolher esta dor.
O medo perde muita força quando o aceitamos e o deixamos ser. Ao percebermos que é simplesmente um estado mental limitado e irreal, é quando encontramos o aprendizado que ele nos trouxe.
É importante distinguir o que foi um tema do passado e o que não foi. Certamente, o que precisa ser enfrentado vai se repetir no presente e você – que já não é mais a(o) mesma(o) de ontem – irá passar por um novo aprendizado diante da circunstância.
Aprenda com o sofrimento, a ferida é o lugar por onde entra a luz
Rumi
A atenção ao agora
De um modo ou de outro, o medo se articula com a história e a memória do passado ou a projeção que leva a uma ansiedade do futuro.
Estar no “agora” é caminhar no desconhecido, no novo e, assim, perceber que o “vazio” não precisa ser preenchido por nada externo. É confiar no fluxo da vida, como ela está seguindo e que tudo que vem é para seu bem!
Leia o artigo: O medo do vazio
Algo semelhante acontece com o futuro. Às vezes, pensar no futuro nos assusta porque imaginamos ou supomos que trará dificuldades ou situações dolorosas. Nos sentimos pequenos e vulneráveis diante do amanhã e isso nos amedronta.
Assim, uma das formas saudáveis de lidar com o medo é nos localizar no presente, no “aqui e agora” e viver de momento a momento. A prática meditativa, por exemplo, impede que nossa mente seja preenchida com aquelas fantasias que só conseguem alimentar medos e inseguranças e que geram muita angústia, ansiedade e sofrimento.
Veja também: A meditação na pandemia
Medo da perda, da mudança, da morte. O apego vem do medo!
A paz mental e espiritual está no polo oposto da identificação e do apego. Para os ocidentais é muito difícil entender isso, já que toda a lógica gira em torno do “ter”. Isso se refere não apenas aos bens materiais, mas também a bens afetivos, emocionais, intelectuais ou espirituais. Nós até falamos sobre “ter” amor, “ter” alguém, ou “ter” paz, etc.
É fundamental a compreensão que nada nos pertence, nem mesmo a nossa própria vida. Tudo o que entra em nossa vida e, de fato, tudo o que somos, é apenas uma realidade transitória e passageira.
Quando isto não é compreendido, surge o apego e, com isso, o medo da perda, que é um dos sentimentos mais potentes, podendo nos levar a um círculo vicioso. Quanto mais apego, mais medo; e quanto mais medo, mais apego.
Deixar fluir, aceitar que tudo é transitório e impermanente, confiar na vida como ela é, nos torna menos temerosos e estagnados, pois o medo nos “congela”.
Leia o artigo: Impermanência
A ânsia inconsciente (ansiedade crônica) da correria da vida,
se chama Medo da Morte.
Este medo está diretamente ligado ao Medo da Vida
Neste movimento contínuo do viver, durante as 24 horas do nosso dia, temos dois caminhos a escolher:
- O caminho do Medo (ausência) ou o caminho do Amor (presença).
Invista no AMOR!
Ame sua existência e permita o teu Servir!
Temer o amor é temer a vida, e os que temem a vida, já estão meio mortos.
Bertrand Russell
Nosso medo mais profundo
Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida.
É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora. Nós nos perguntamos: Quem sou eu para ser Brilhante, Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?
Na realidade, quem é você para não Ser? Você é filho do Universo. Se fazer pequeno, não ajudará o mundo. Não há iluminação ao se encolher, para que os outros não se sintam inseguros quando estão perto de você.
Nelson Mandela