Enganando os outros ou se auto enganando?
Se você sente que em determinadas situações aquilo que você expressa não é bom o suficiente e não chegará a excelentes resultados, pode ser que você tenha a chamada síndrome do impostor. É um estado psicológico que descreve um padrão de comportamento no qual você duvida de suas capacidades e tem um medo persistente de ser exposto como uma fraude, como um(a) incompetente.
É proveniente, muitas vezes, do alto nível de cobrança exigida por parte dos pais em nossa infância. É muito comum esta síndrome em pessoas que tem profissões competitivas como atletas, artistas, profissionais do mundo corporativo ou pessoas que são avaliadas o tempo todo, como também é bem relevante nas áreas da saúde, política e ensino.
A exigência de um desempenho perfeito é um dos gatilhos principais. Costuma atingir sempre as pessoas mais inseguras e sensíveis e que internalizam críticas e falhas.
Perguntinha: quando você recebe um elogio sobre uma tarefa bem executada, de que forma você responde a situação?
Recebe e acolhe o elogio se sentindo merecedor(a), ou o oposto, não recebe e não aceita o elogio e pensa que outras pessoas poderiam fazer bem melhor do que você. Se, caso escolheu esta segunda opção, e ela é recorrente em sua vida, então é bem provável que você tenha a experiência da síndrome do impostor.
A falta de autoconfiança, falsa autoimagem, desconexão com a inteligência emocional e de autoconhecimento são as causas primordiais desta síndrome. Geralmente, a pessoa que está lidando com esta questão tende a chamar o sucesso de sorte ou apenas de um bom momento, acreditando que as outras pessoas sempre são melhores, mais inteligentes ou mais competentes do que ela.
O grau de exigência de performances e resultados idealísticos contribuem para gerar o medo de errar e falhar, juntamente com a crença limitante da incapacidade e impotência, que evidencia a síndrome do impostor.
A síndrome pode alcançar qualquer um, independentemente da função profissional ou da experiência já vivida. E, na maioria das vezes, é um grande mecanismo de autossabotagem que impede a autorrealização.
Observe suas crenças limitantes e perceba se você vive e desempenha momentos de “impostor” em sua vida e como você se sente e se relaciona diante desta postura.
Como identificar se você tem a síndrome do impostor?
- As pessoas com síndrome do impostor normalmente são perfeccionistas e, por isso, têm dificuldades em lidar com pressões, cobranças e críticas. Elas têm um enorme medo do fracasso e constantemente sabotam as suas próprias conquistas. Isso pode ser debilitante, causar estresse, ansiedade e vergonha, bem como uma potência para a baixa autoestima.
- Por exemplo, sua mente inventa uma “cena” em que, durante uma importante reunião decisiva, seu diretor entrará a qualquer momento na sala, tocará em você e lhe dirá que não está realmente qualificado(a) para o cargo (mesmo que seja a pessoa mais experiente na sala);
- Você está prestes a fazer uma apresentação e, secretamente, acha que todos vão perceber o seu nervosismo e desespero por ter que realizá-la;
- Finalmente, chegou a sonhada promoção que você conquistou e a sua narrativa interna sabotadora diz que eles devem ter poucos candidatos, ou que você realmente não merece a promoção. Você está convencido(a) de que não vai corresponder às expectativas;
Quais são os principais sintomas da síndrome do impostor?
- Ansiedade;
- Perda do foco/atenção no que realmente importa;
- Vitimismo (se sentindo incapaz);
- Tendência a autossabotagem;
- Medo de não estar correspondendo às expectativas do outro;
- Total insegurança ao ser pressionado (a) por entrega de tarefas e prazos;
- Sensação de não-pertencimento e inadequação;
- Não gostar de receber opiniões sobre o trabalho;
- Perfeccionismo extremo;
- Falsidade para agradar;
- Abuso de carisma;
- Medo de errar e ser criticado(a);
- Medo do fracasso;
- Se desqualificar perante os elogios;
- Crença de incompetência;
- Crença de que não tem sorte ou que tal situação sempre acontece;
- Crença do não merecimento;
- Autocritica em excesso;
- Procrastinação.
Perfis mais comuns de impostor
- Impostor(a) expert – aquele que tem que saber de tudo;
- Impostor(a) solo – não precisa e não aceita ajuda de ninguém;
- Impostor(a) gênio – o que tem habilidade em tarefas pouco comuns;
- Impostor(a) super-homem/mulher- precisa ser excelente em tudo;
- Impostor(a) perfeccionista – nada está bom, sempre faltando algo.
Para minimizar a síndrome:
Identifique suas preferências pessoais
- O que te motiva e desmotiva no trabalho?
- O que você está disposto a tolerar e o que não é aceitável?
- Decida o que você vai fazer para mudar o que pode ser mudado à sua volta.
Realize uma reavaliação de valores
- O quanto seus valores combinam com o ambiente em que você está?
- Você acredita e confia no que você atua?
- O seu propósito está alinhado ao seu trabalho?
- Você está cercado por profissionais que te inspiram?
Reconheça suas conquistas
- Valorize seu caminhar, sua história e seus resultados, mesmo que ainda intangíveis;
- Desenvolva o autoconhecimento e a autoconfiança;
- Você é o autor de sua vida, reveja seus propósitos.
Cuide-se!
Durma bem, alimente-se de forma saudável, cultive hobbies, se divirta e cuide da sua saúde física, mental, emocional e espiritual por meio de atividades físicas, lúdicas, artísticas e de autoconhecimento. Além disso, é primordial encontrar um tempo para a meditação e relaxamento, desenvolvendo um contato mais profundo consigo.
Algumas atitudes que também podem ajudar:
- Não se compare aos outros (mente comparativa);
- Se desidentifique com pensamentos do tipo ‘não sou bom o suficiente’;
- Expresse seus medos e crenças limitantes para um terapeuta ou amigo.
- Diminua a autocritica e o autojulgamento;
- Saia do ideal e viva o real;
- Busque o autoconhecimento;
- Reforce pontos positivos, valores e talentos;
- Aceite a sua potência do jeito que ela é;
- Reconheça as suas conquistas;
- Mantenha sempre a atenção focada na autoestima e na autoconfiança.
Você não precisa ser otimista ou pessimista. Seja uma possibilidade e acredite em seu potencial.
William Ury